Plano para matar Lula e Alckmin foi discutido na casa de Braga Netto, diz PF
Investigação aponta que tentativa de golpe de Estado começou a ser organizada em novembro de 2022
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
A Polícia Federal declarou que o plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) foi debatido na residência do general Braga Netto no dia 12 de novembro de 2022. Em uma operação realizada na manhã da última terça-feira, dia 19, a corporação efetuou a prisão preventiva de quatro militares e um agente, sob a suspeita de estar envolvido na tramitação de um golpe de Estado com a intenção de obstruir a posse do petista.
Essa reunião foi confirmada pelo general Mauro Cid, um dos principais colaboradores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante sua colaboração com a Justiça, e apoiada por materiais encontrados com o general de brigada Mário Fernandes, que está entre os detidos nesta terça-feira.
Conforme um documento que foi acessado pela imprensa, os majores Hélio Ferreira Lima e Rafael de Oliveira também participaram do encontro com Braga Netto e Mauro Cid.
Depois da reunião, o major Oliveira enviou a Mauro Cid um arquivo em formato Word intitulado "Copa 2022", que delineava as demandas iniciais em termos de logística e orçamento para as atividades.
O plano também incluía o uso dos "kids pretos", uma elite do Exército Brasileiro à qual os militares envolvidos no caso pertenciam.
“O Tenente-Coronel do Exército HÉLIO FERREIRA LIMA, à época Assistente do Comandante Militar do Sul, também ‘kid preto’, conforme já exposto no conjunto apuratório, também foi identificado como pessoa relevante frente ao contexto”, disse o documento.
Segundo a PF, a partir desse encontro, começou o monitoramento do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que também estava entre os alvos a serem eliminados.