Papa Francisco canoniza José Allamano por milagre na Amazônia

No último domingo (20), durante uma missa na Praça de São Pedro, o Papa Francisco canonizou o padre italiano José Allamano, fundador da congregação dos Missionários da Consolata. O reconhecimento foi resultado de um milagre atribuído à sua intercessão, que ocorreu na floresta amazônica brasileira em 1996, quando um indígena yanomami, conhecido como Sorino, sobreviveu a um grave ataque de onça.

Sorino foi ferido na cabeça durante uma caça, o que resultou em ferimentos críticos. Inicialmente, ele recebeu os primeiros socorros de missionários da Consolata, que invocaram a proteção de Allamano durante o tratamento. Após ser operado no hospital de Boa Vista, Sorino surpreendeu a equipe médica com uma recuperação sem explicação científica, retornando à sua comunidade sem sequelas.

O padre José Allamano, que viveu entre 1851 e 1926, nunca saiu da Itália, mas dedicou sua vida a incentivar missões, especialmente no Brasil e no Quênia. Sua beatificação ocorreu em 1990, e agora, mais de três décadas depois, ele é celebrado como santo por sua atuação em defesa das comunidades indígenas e sua contribuição para a missão na Amazônia.

A canonização de Allamano não só eleva sua figura, mas também destaca as dificuldades enfrentadas pelos povos indígenas na Amazônia. A cerimônia ocorreu em um contexto onde comunidades como a yanomami lutam contra a invasão de garimpeiros e a degradação ambiental, questões que foram abordadas por líderes indígenas presentes no Vaticano.

O cardeal Leonardo Steiner, presente na cerimônia, enfatizou a importância do milagre para a comunidade yanomami e os desafios contínuos enfrentados por essas populações, reforçando a necessidade de ações efetivas para proteger seus direitos e territórios em meio à crescente violência e crises humanitárias.