Pai e família ficam presos em ferragens de caminhão esmagado em acidente na estrada
Acidente envolveu oito veículos e deixou dois mortos, mas família do rapaz sobreviveu
Momento do pai preso nas ferragens |Foto: Reprodução/TV Globo
Uma família passou por uma situação bem grave em um acidente na BR-101, em Joaquim Gomes (AL), na manhã da última segunda-feira (21). O carro onde estavam foi esmagado entre duas carretas após uma colisão em um trecho em obras da rodovia. O impacto envolveu oito veículos e matou duas pessoas, porém nenhum da família.
Carlos Henrique, dentista, dirigia o carro com a esposa, Sâmia Kelly, os dois filhos — Pedro, de 7 anos, e Nina, de 12 — e a sogra, dona Sebastiana, de 76 anos. Eles voltavam de Maceió para Colônia Leopoldina, a cerca de 117 km da capital, após um fim de semana em família.
O acidente aconteceu por volta das 9h, no km 31 da rodovia, onde o trânsito estava "modificado" e operava no sistema "pare e siga" por conta de obras de duplicação. O carro da família era o último da fila e aguardava passar pelo trecho, quando uma carreta, que vinha logo atrás, não conseguiu parar após uma curva. O veículo (carreta) raspou na lateral do ônibus e atingiu de forma bastante violenta o carro da família, que foi imediatamente lançado contra outra carreta à frente.
Vídeos gravados por testemunhas mostram o desespero no local. “Tem criança lá dentro!”, grita um homem ao perceber o carro esmagado sob a carreta. Carlos Henrique, preso nas ferragens, responde: “Tá eu e os cinco aqui. Minha esposa, minha mãe...”.
A operação de resgate durou cerca de duas horas. Todos os ocupantes do carro sobreviveram, mas ficaram feridos. Pedro quebrou a mandíbula. Dona Sebastiana desmaiou com o impacto. “Deus me apagou. Se eu tivesse visto tudo, não teria aguentado”, disse.
O sargento Chirle Gutemberg, um dos primeiros bombeiros a chegar, se impressionou com a cena. “Parecia um maracujá. O carro estava completamente destruído”, relatou. Segundo ele, o uso do cinto de segurança e os sete airbags do veículo foram fundamentais para salvar a família.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) o motorista da carreta, Anderson Luiz Santos Silva, não havia descansado e cumprido o tempo obrigatório de descanso na noite anterior, seguindo assim viagem. Após o acidente, Anderson fugiu do local e só se apresentou à polícia dois dias depois. Em depoimento, alegou que não viu sinalização do “pare e siga” após a curva e que tentou frear, sem sucesso. A defesa do motorista afirma que houve falha na sinalização da via, o que teria contribuído para o acidente. O DNIT, por sua vez, divulgou fotos que mostram placas e cones no trecho.
