NotíciasBrasilOruam rompe o silêncio sobre polêmicas e fala sobre sua criação com o pai

Oruam rompe o silêncio sobre polêmicas e fala sobre sua criação com o pai

Rapper falou sobre sua relação com o pai, Marcinho VP, preso desde 1996

| Autor: Redação - Varela Net

Foto: Reprodução/Redes sociais

Na noite do último domingo (30), Oruam fez sua primeira entrevista em um programa de TV aberta após as polêmicas recentes. O rapper, que foi detido no Rio de Janeiro, conversou com Roberto Cabrini no "Domingo Espetacular". Durante a entrevista, ele falou sobre sua relação com o pai, Marcinho VP, preso desde 1996. 

Oruam destacou que, embora seu pai tenha sido condenado por crimes graves, como homicídios e tráfico de drogas, ele não o vê como um "monstro". Marcinho cumpre uma pena de 44 anos de prisão. O rapper também tem tatuagens no corpo, incluindo uma com o rosto de seu pai.

“Eles dizem que ele é o líder, mas, na verdade, ele nem é, o meu pai foi preso e ele tinha 19, 20 anos. Não tem como ele, com 20 anos, ser esse monstro que a sociedade quer, entendeu, chefe? Ele foi um ótimo pai, um exemplo de pai para mim. E tipo, foi o meu tudo… Ele tentou esconder a gente o tempo todo da favela, sabe? Ele tentou esconder e tirar a gente do morro, para tentar que a gente não olhasse, não visse aquilo ali e quisesse aquilo ali para a gente”, disparou Oruam.

“Eu não escolhi o pai que tenho, se eu fosse escolher o pai que tenho, eu escolheria o meu pai. Tudo que conquistei foi com a minha música, chefe, porque eu não tinha nada antes. Eu não tinha nada antes! Se hoje consegui conquistar o mundo, consegui conquistar o Brasil, foi porque meu pai me ensinou o caminho certo: ‘Filho, você tem que trabalhar, tem que estudar e ser honesto com as pessoas. Você tem que ser humilde’. Mano, eu só fui (em um show) com a foto do meu pai. É o meu pai!”, completou o rapper.

“O fato de eu ser filho do Marcinho, consegui superar as expectativas, sabe, chefe? Eu consegui superar as estatísticas e consegui conquistar o mundo com todo mundo dizendo ‘não’ para mim”, finalizou o cantor no bate-papo com Cabrini. Sem papas na língua, o intérprete refletiu: “O Brasil é isso! É o funk, o rap, o pagode, o samba, é o povão. Eu canto a realidade das favelas: a pobreza, a desigualdade. Falta oportunidade! Enquanto o último daqui não vencer, eu também não venci. Sou um contestador. Não vim aqui ser só mais um. Vim falar o que penso, pelos favelados. Se os presos não têm voz, se meu pai não tem voz, vou fazer uma música para os presos”, finalizou.

Tags

Notícias Relacionadas