Lula critica falta de responsabilidade no tombamento de patrimônio após desabamento de igreja em Salvador
Lula criticou o sistema de tombamento de patrimônio histórico no Brasil

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou, nesta quinta-feira (6), sobre o trágico desabamento do teto da Igreja de São Francisco, no Pelourinho, em Salvador, que resultou na morte de uma turista e feriu outras seis pessoas. Em entrevista à Rádio Metrópole, Lula criticou o sistema de tombamento de patrimônio histórico no Brasil, afirmando que ele precisa ser acompanhado de investimentos reais para garantir a conservação dos bens.
"Tenho uma bronca desse negócio de tombamento. Quando você faz uma política de tombamento, é preciso colocar dinheiro para manter as coisas. Vejo muitos prédios tombados na Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro, e o cidadão que aprovou a lei não coloca um orçamento para que o imóvel seja conservado. Tomba e a coisa vai apodrecendo, vai caindo. Então, para que tombar se não há responsabilidade?", criticou o presidente. "Precisamos resolver isso, porque, se não, teremos muitas coisas tombadas caindo no Brasil", disse o presidente.
Lula também fez uma crítica contundente ao abandono dos patrimônios tombados, afirmando que o gesto de tombar deveria ser um compromisso com a preservação da história, mas na prática, o que se observa é o oposto. “mas depois constatamos que não foi colocado orçamento do governo federal, estadual ou da prefeitura. Então, o patrimônio acaba sendo praticamente abandonado”, completou.
Ele também mencionou a demora nas obras de reconstrução da Praça dos Três Poderes, em Brasília, depredada durante os ataques de 8 de janeiro de 2022. Lula apontou a burocracia e a falta de agilidade na gestão pública, afirmando que o processo está sendo mais demorado do que o necessário.
Entenda o caso:
O desabamento do teto da Igreja de São Francisco, ocorrida na tarde da última quarta-feira (5), resultou na morte de Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos, e deixou seis pessoas feridas. A igreja, que é tombada pelo Iphan, havia sido alertada para problemas no teto, mas, apesar disso, o patrimônio não foi restaurado. O Iphan havia assinado, meses antes, um contrato de R$ 1,2 milhão para a restauração do templo.