NotíciasBrasilJustiça condena Ana Paula Valadão por associar AIDS à homossexualidade

Justiça condena Ana Paula Valadão por associar AIDS à homossexualidade

A cantora e pastora deverá pagar uma multa de aproximadamente R$ 25 mil

| Autor: Redação

Foto: Reprodução/Redes Sociais

A Justiça do Distrito Federal condenou a cantora e pastora Ana Paula Valadão a pagar uma indenização de R$ 25 mil por danos morais coletivos devido a uma declaração feita em 2016, durante um congresso do Diante do Trono. Na ocasião, Ana Paula associou a homossexualidade à AIDS, afirmando que a doença era uma consequência das "opções sexuais contrárias ao que Deus determinou".

A declaração gerou grande repercussão e críticas, especialmente da comunidade LGBTI+, que argumentou que as palavras da pastora contribuíram para o estigmatização de pessoas homossexuais e portadoras do HIV. Em 2020, o Ministério Público Federal abriu um processo contra Ana Paula Valadão e a Rede Super de Televisão, que transmitiu a pregação, cobrando uma indenização de R$ 2 milhões. Em 2024, o juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, da 21ª Vara Cível de Brasília, decidiu que houve dano moral coletivo, mas estabeleceu um valor de indenização muito inferior ao inicialmente pleiteado pelo MPF. A decisão foi tomada em primeira instância e cabe recurso.

Ana Paula Valadão defendeu-se alegando que exerceu o direito de liberdade de expressão e religiosa. No entanto, o magistrado considerou que as falas da pastora não encontra respaldo em texto bíblico ou na ciência, mas são, na verdade, uma conclusão errada que apenas repete a ultrapassada impressão popular da década de 1980. A decisão judicial ressaltou a responsabilidade de figuras públicas em não disseminar estereótipos e preconceitos, destacando a importância de proteger a dignidade de todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou estado de saúde.

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