Frei Gilson: o líder religioso que mobiliza multidões com orações madrugadoras

O sacerdote católico Frei Gilson se tornou um dos principais nomes do cenário religioso digital, conduzindo transmissões ao vivo diárias que mobilizam milhões de fiéis. Durante a Quaresma, período de preparação para a Páscoa no cristianismo, suas lives ganharam ainda mais engajamento, chegando a alcançar mais de um milhão de visualizações na última quarta-feira (5).

Com mais de 7 milhões de seguidores no Instagram, Frei Gilson faz parte da Ordem Carmelita Mensageiros do Espírito Santo, localizada em Nova Almeida (ES). Além disso, seu canal no YouTube está entre os mais influentes do meio cristão no Brasil, superando inclusive o Padre Marcelo Rossi em número de inscritos.

O sucesso do religioso também se reflete na música. Em plataformas de streaming como o Spotify, ele conta com cerca de 1,3 milhão de ouvintes mensais e interpreta sucessos da música cristã, como Eu Seguirei e Acalma Minha Tempestade.

Natural de São Paulo, Gilson da Silva Pupo Azevedo, de 37 anos, foi ordenado sacerdote em 7 de dezembro de 2013. Durante nove anos, esteve à frente da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, na Diocese de Santo Amaro, também na capital paulista. Em novembro do ano passado, retornou à igreja para celebrar uma missa especial.

Polêmicas e repercussão

O crescimento da influência de Frei Gilson nas redes sociais também trouxe críticas e debates. Suas falas são apoiadas por figuras conservadoras, mas algumas declarações geraram controvérsias em outros segmentos da sociedade.

No Dia Internacional da Mulher (8), um de seus sermões ganhou grande repercussão ao abordar o comportamento feminino. “Essa é a fraqueza da mulher. Ela sempre querer mais. 'Eu não me contento só em ter as qualidades de uma mulher. Eu quero mais'. E isso é a ideologia dos mundos atuais. Vou até usar a palavra que vocês já escutaram muito: empoderamento. 'Eu quero mais'. É claro ver que Deus deu ao homem a liderança", afirmou o frei.

A declaração gerou críticas de grupos progressistas, enquanto políticos como o deputado Nikolas Ferreira e o ex-presidente Jair Bolsonaro manifestaram apoio ao religioso. Bolsonaro, em publicação nas redes sociais, descreveu Frei Gilson como "um fenômeno em oração, juntando milhões pela palavra do Criador".

Defesa da bancada católica

Na Câmara dos Deputados, a bancada católica, composta por 1932 integrantes, saiu em defesa do frei, alegando que os ataques dirigidos a ele representariam um desrespeito à Igreja e aos fiéis. Em nota assinada pelo presidente da frente parlamentar, Luiz Gastão (PSD-CE), os parlamentares enfatizaram que o Brasil é um país democrático, onde a liberdade religiosa deve ser respeitada:

“O Brasil é um país democrático, onde a liberdade de crença e culto é um direito fundamental assegurado pela Constituição Federal. Isso inclui a possibilidade de sacerdotes e ministros religiosos ensinarem os princípios da fé que professam, sem medo de represálias.”

A projeção de Frei Gilson

Além do impacto religioso, o frei também se tornou um nome influente entre os conservadores e tem parcerias com a produtora Brasil Paralelo. Críticos alegam que sua crescente visibilidade o transformou em alvo de setores progressistas. Em resposta às críticas, Bolsonaro reforçou seu apoio ao frei, destacando que “a fé cristã nunca se curvou à perseguição e não será diferente agora”.

Com um alcance cada vez maior, Frei Gilson segue mobilizando multidões em suas transmissões diárias e mantendo uma forte presença nas redes sociais. Na última terça-feira (5), sua live da Quaresma atingiu a marca de 1 milhão de visualizações, consolidando sua posição como uma das vozes mais influentes do meio católico digital no Brasil.