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Fiocruz encontra tubarões contaminados com cocaína no Rio de Janeiro

Pesquisa sugere que material entrou em contato com a vida marinha após ser despejado no esgoto

| Autor: Redação

Foto: Divulgação / Fiocruz

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) detectou, pela primeira vez no mundo, a contaminação de tubarões por cocaína e seu metabólito, a benzoilecgonia. O dado chamou atenção pela alta quantidade da droga que é consumida na cidade e descartada no mar via esgoto sanitário.

O estudo identificou a presença de cocaína em 13 animais da espécie Rhizoprionodon lalandii, popularmente conhecida como tubarão-bico-fino-brasileiro, cação rola rola ou cação-frango. Os resultados foram publicados na revista científica Science of The Total Environment, informou a Fiocruz nesta terça-feira (23).

Os tubarões ocupam o topo da cadeia alimentar desse ambiente marinho e, por isso, acumulam substâncias tóxicas presentes no ecossistema ao ingerir peixes menores, moluscos e crustáceos.

A pesquisa também sugere que altas quantidades de cocaína são despejadas no mar pelo esgoto sanitário e assim, entram em contato com a vida marinha. Cientistas acreditam que laboratórios clandestinos de refino da droga descartam a cocaína pura em trechos do Canal de Sernambetiba, que deságua no oceano.

A concentração média de cocaína encontrada nos animais foi 3 vezes maior que a concentração do metabólito nas análises do fígado e músculos dos peixes, segundo o estudo.  A pesquisa contou também com a colaboração de cientistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os resultados foram publicados na edição de julho da revista científica Science of The Total Environment.
 

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