Empresário é preso por ordem de senadora durante CPI das Bets por falso testemunho
Prisão foi anunciada após a senadora acusá-lo de mentir à comissão ao negar conhecer Adélia de Jesus Soares

Foto: Saulo Cruz/Agência Senado
Durante uma sessão tensa da CPI das Apostas Esportivas, realizada no dia 29 de abril, o empresário Daniel Pardim Tavares Lima foi detido por ordem da relatora, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), sob acusação de falso testemunho. O episódio ocorreu enquanto Pardim prestava depoimento à comissão parlamentar de inquérito que investiga irregularidades nas plataformas de apostas online.
A prisão foi anunciada após a senadora acusá-lo de mentir à comissão ao negar conhecer Adélia de Jesus Soares, proprietária de um grupo de pagamentos que mantém vínculos com a empresa da qual ele é sócio. "O senhor está preso por falso testemunho. Seus advogados poderão se manifestar por meio de habeas corpus", declarou Thronicke, interrompendo a audiência. A sessão foi suspensa em seguida, e a Polícia Legislativa iniciou os procedimentos para efetivar a prisão.
A decisão da relatora foi respaldada pelo presidente da CPI, senador Dr. Hiran (PP-RR), que orientou a submissão da medida aos demais membros da comissão. O entendimento predominante foi o de que Pardim tentou ludibriar os parlamentares, fornecendo informações consideradas falsas.
Daniel Pardim havia sido convocado pela CPI por meio de requerimento aprovado no dia 24 de março. A relatora justificou a necessidade do depoimento alegando que ele poderia esclarecer transações financeiras entre plataformas de apostas e empresas do setor de pagamentos. Pardim é sócio da Peach Blossom River Technology, que, segundo investigações da Polícia Civil do Distrito Federal, possui ligações com a Payflow Processadora de Pagamentos, atualmente sob apuração.
Durante o depoimento, a postura evasiva de Pardim e sua recusa em responder às perguntas dos senadores geraram insatisfação entre os membros da comissão. A tensão atingiu o ápice quando o senador Marcos Rogério (PL-RO) questionou quem o havia orientado a comparecer como representante da Peach Blossom. As respostas imprecisas e desconexas irritaram os parlamentares, culminando com a voz de prisão emitida pela relatora, que lembrou a contradição do depoente em relação ao seu suposto desconhecimento da dona da Payflow.