NotíciasBrasilCruzeiro teria lavado cerca de R$ 3 milhões de reais para o PCC, segundo jornal

Cruzeiro teria lavado cerca de R$ 3 milhões de reais para o PCC, segundo jornal

Lavagem aconteceu em 2021, em negociação por promessa

| Autor: Redação - Varela Net

Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Suspeita levantada pelo MPF aponta que a negociação do Cruzeiro pelo jogador Diogo Vitor foi, na verdade, era uma lavagem de dinheiro para o PCC, de que o clube mineiro participou. Informações são oferecidas pela Revista Piauí.

 Entre seus 13 aos 19 anos, o atacante Diogo Vitor foi tratado como grande promessa do Santos, sendo considerado como uma "Joia da Base". Em 2016, se tornou profissional, jogando com o elenco profissional do Peixe e, por conta disso, começou a ter a carreira gerenciada por William Rarile Agati, um próspero empresário paulistano, dono de imóveis de alto padrão em São Paulo e de uma fazenda de 12 mil hectares no Mato Grosso. Contudo, a carreira de Diogo teve um grande hiato, após ser flagrado em um exame antidoping com traços de uso de cocaína.

 Por conta disso, o jovem atacante foi impedido de jogar profissionalmente por um ano e meio, período em que ficou sem salário, já que seu contrato com o Santos foi suspenso. Logo, Agati passou a pagar todas as contas do jogador. Em 2020, o Santos rescindiu o contrato com Diogo Vitor. Tentou retomar seu futebol no Corinthians, pela equipe sub-23, mas foi dispensado do clube sem mesmo entrar em campo com a camisa do time paulistano. Como uma última cartada para recuperar a carreira do seu cliente, Agati entrou em contato com o Cruzeiro, um gigante de Minas Gerais, que vivia um limbo na série B do Campeonato Brasileiro. 

 Contudo, há um problema, a transação foi estranha. Ao invés do Cruzeiro pagar a Agati o valor do passe do jogador que lhe detinha os direitos, o movimento do dinheiro foi o oposto. Agati deu R$ 3 milhões de reais ao clube mineiro através de sua empresa, a F1rst Agência de Viagens e Turismo, transferindo o valor em algumas parcelas. Passados três dias da última transferência, o Cruzeiro começou a devolver parte do dinheiro, um total de 1,58 milhão de reais, para a conta pessoal do empresário e para a Burj Motors, outra empresa de Agati. 

 Tudo nessa negociação foi péssima, assim como ocorreu no Corinthians, Diogo Vitor deixou a agremiação no fim daquele ano sem ter disputado um jogo sequer. Já para o empresário, aparentemente, também foi mau negócio, já que ele entregou 3 milhões de reais ao clube mineiro e só recebeu de volta metade do valor. Porém, para o Ministério Público Federal, o objetivo de Agati no negócio não seria lucrar, mas lavar parte do dinheiro que amealhou com o comércio de cocaína. 

 Segundo apurações da Revista Piauí, o MPF, em suas contas, afirma que entre 2019 e 2021, Agati traficou cerca de duas toneladas de cocaína para o Sul da Espanha, seja em navios partindo de portos brasileiros, seja para jatinhos particulares, que transportavam jogadores e cocaína pura. 

 Com vínculos estreitos com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC), Agati integrou um consórcio formado por criminosos brasileiros e europeus para resgatar da prisão em Moçambique Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, um dos maiores narcotraficantes brasileiros, por meio do suborno a altas autoridades do país africano. 

Em nota, a assessoria do Cruzeiro afirmou que a atual gestão assumiu a SAF em maio de 2024 e não tinha conhecimento nenhum sobre esse suspeito caso. Já o presidente do Cruzeiro em 2021, Sérgio Santos Rodrigues, informou à Revista Piauí que o atleta foi adquirido de forma gratuita e que as transferências entre o clube e o empresário se devem a um contrato de empréstimo feito por Agati ao clube mineiro, sem relação ao jogador.

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