Comediante Juliana Oliveira apresenta representação criminal contra Otávio Mesquita

A comediante Juliana Oliveira, conhecida por seu trabalho como assistente de palco e produtora no programa The Noite, apresentou uma representação criminal ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) contra o apresentador Otávio Mesquita, acusando-o de estupro. O incidente teria ocorrido durante a gravação de um episódio veiculado em 25 de abril de 2016, quando Mesquita, convidado da atração, teria tocado os seios e partes íntimas de Juliana sem seu consentimento. A denúncia, que ganhou destaque na coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

De acordo com a acusação, imagens e transcrições do programa mostram Juliana tentando se esquivar das ações de Mesquita, que, mesmo diante de sua resistência, insistiu nos toques. O advogado Hédio Silva Jr., que representa a comediante, argumenta que a legislação penal brasileira classifica como estupro qualquer ato libidinoso praticado com violência ou sem consentimento, independentemente de penetração. A defesa de Juliana enfatiza que as evidências visuais demonstram o uso de força física e a clara ausência de permissão, agravada pela exibição do episódio em rede nacional, o que teria intensificado a violação à sua dignidade.

Otávio Mesquita, por sua vez, nega veementemente as acusações, classificando o ocorrido como uma “brincadeira combinada informalmente” antes da gravação. Ele alega que, se Juliana estivesse desconfortável, poderia ter pedido ao SBT para não transmitir o trecho. O apresentador também destaca que sua ex-mulher e seu filho estavam na plateia, sugerindo que isso reforçaria a natureza leve do momento. Mesquita afirma que a denúncia, feita quase nove anos após o episódio, seria uma retaliação de Juliana por sua recente demissão do canal, e promete processá-la por difamação, citando danos à sua imagem.

O caso, agora sob análise do MP-SP, coloca em foco não apenas as versões conflitantes dos envolvidos, mas também questões mais amplas sobre os limites do humor e da interação física em programas de TV. Enquanto a investigação não avança, o vídeo do episódio, ainda disponível no YouTube oficial do The Noite, tem gerado repercussão nas redes sociais, dividindo opiniões entre quem vê o ato como abuso e quem o interpreta como parte do tom irreverente da atração. As autoridades devem avaliar as provas para determinar se o caso seguirá adiante na Justiça.