Caso Vitória: Maicol afirma que foi forçado a confessar

O suspeito principal, Maicol Antonio Sales dos Santos, confessou na semana passada o assassinato de Vitória Regina de Sousa, durante interrogatório no final da noite (17) e na madrugada de terça (18). Entretanto, sua defesa alega que o suspeito foi coagido, além de apontar que os advogados não estavam presentes, contestando assim a validade da confissão.

Em áudio gravado na quarta-feira (19), antes de ser transferido para o Centro de Detenção Provisória de Guarulhos, Maicol afirmou que foi ameaçado e coagido por policiais. "Se vocês puxarem pela câmera ali fora, eles [policiais] foram lá me chamar e eu falei que não ia falar com eles. Aí o policial falou: 'Já que você não vai cooperar comigo, então você vai ficar no banheiro'. Eles me colocaram no banheiro, muito sujo, podre", disse.

Maicol também apontou que o delegado também o pressionou: "Quando foi por volta de 22h, eles me chamaram na sala lá em cima e o delegado falou que ia me f... de qualquer jeito. Ele falou que ia colocar minha mãe na cena do crime, que ia colocar minha esposa, que ia prender minha mãe, prender minha mulher. Se eu não cooperasse, ele falou que ia colocar minha família toda. Aí eu inventei uma história e falei que fui eu".

POLÍCIA AFIRMA QUE CONFISSÃO É VÁLIDA: 

Entretanto, o delegado Luiz Carlos de Carmo, aponta que a confissão ocorreu tendo sim a presença de um advogado, mas não o de Maicol. Segundo ele, a defesa do suspeito deixou a delegacia antes do depoimento.  "Eles [advogados] podem abandonar a causa, mas não podem forçar a não confissão do acusado", declarou à Folha o delegado Fábio Lopes Cenachi, responsável pela investigação.

Maicol é considerado como "stalker" pela Polícia e é o principal suspeito da investigação. Em seu celular, foram encontradas fotos de Vitória e de outras jovens fisicamente iguais a adolescente. Os investigadores afirmam que ele monitorava os passos da jovem desde do ano passado.