NotíciasBrasilÁlcool e direção: um erro que custa vidas nas rodovias brasileiras

Álcool e direção: um erro que custa vidas nas rodovias brasileiras

Dados Alarmantes e Tragédia em Salvador Reacendem Debate sobre Fiscalização

| Autor: Bruno Oliveira

Foto: Divulgação

A cada 10 minutos, um motorista é multado por desobedecer a Lei Seca nas rodovias federais brasileiras em 2024, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). O descumprimento da legislação teve consequências trágicas: entre janeiro e novembro, o Brasil registrou 3.507 acidentes de trânsito relacionados à embriaguez ao volante, resultando em 178 mortes e quase 3 mil feridos.

Um caso recente em Salvador evidenciou os perigos do álcool na direção. Roberto Campos, servidor da prefeitura municipal, morreu na madrugada do dia 2 de fevereiro após ser atropelado por um motorista embriagado que dirigia na contramão na BR-324. Roberto, de 67 anos, pilotava uma moto quando foi atingido frontalmente e arremessado ao chão. Em seguida, outro carro, que trafegava corretamente, não conseguiu desviar e também o atropelou. O servidor morreu no local.

O condutor que causou o acidente apresentava sinais claros de embriaguez e foi preso em flagrante pela PRF. Além de estar alcoolizado, ele não possuía habilitação. O suspeito foi autuado por homicídio, dirigir sem CNH e conduzir veículo com a capacidade psicomotora alterada. Agora, aguarda audiência de custódia.

Especialista defende fiscalização rigorosa

Para o psiquiatra Arthur Guerra, professor da Faculdade de Medicina da USP e especialista em álcool e drogas, a fiscalização é a principal ferramenta para reduzir os acidentes causados pela embriaguez ao volante. Em entrevista ao Jornal da USP, ele reforçou que a Lei Seca, implantada em 2008, “veio para ficar” e que “beber e dirigir é impossível”.

O especialista também destacou que a desobrigação de realizar o teste do bafômetro pode favorecer um cenário de impunidade. “A lei é clara: o motorista pode se recusar, mas, se o policial suspeitar de embriaguez, ele pode encaminhá-lo à delegacia, onde o delegado avaliará a situação”, explicou.

Com os números alarmantes e casos como o de Roberto Campos, a necessidade de um combate mais efetivo à condução sob efeito de álcool volta ao centro do debate. O reforço da fiscalização e punições mais severas são apontados como caminhos para reverter essa realidade e evitar novas tragédias nas estradas brasileiras.

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