Advogada critica campanha da Osklen com Oruam: "Temos o troféu vergolha alheia"

A grife Osklen se viu no centro de uma controvérsia nesta semana após divulgar, em suas redes sociais, a nova capa da revista britânica Dazed, protagonizada pelo rapper Oruam. A imagem, que mostrava o artista com o cabelo pintado de vermelho e segurando uma metralhadora formada por câmeras fotográficas, provocou uma série de reações negativas principalmente em razão das associações visuais e do histórico familiar do músico.

Carol Sponza, advogada e especialista em políticas públicas, criticou abertamente a campanha, chamando-a de “troféu vergonha alheia”. Em sua análise, ela apontou a cor do cabelo como possível referência ao Comando Vermelho e destacou o simbolismo problemático da arma fotográfica, o que, segundo ela, reforçaria uma glamorização da violência.

A advogada também relembrou a ligação familiar de Oruam com o tráfico, sendo ele filho de Marcinho VP. O rapper ainda possui uma tatuagem com o rosto de Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, em 2002.

Diante da pressão, a Osklen apagou a postagem e divulgou nota explicando que a publicação visava valorizar uma revista respeitada no cenário da moda internacional, sem a intenção de exaltar a imagem pessoal do artista.

Para Carol Sponza, no entanto, a retirada reflete mais o temor diante do impacto comercial do que um reconhecimento real da problemática: "Essas vozes vão fazer vocês refletirem sobre algo. Vocês refletirão é na queda das vendas porque só quando dói no bolso é que as marcas e os formadores de opinião entendem", afirmou.