NotíciasBahiaWanda Chase é homenageada postumamente na Assembleia Legislativa da Bahia

Wanda Chase é homenageada postumamente na Assembleia Legislativa da Bahia

A jornalista faleceu na última quinta-feira (3)

| Autor: Redação

Foto: Reprodução/Redes Sociais

A Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) realizou nesta segunda-feira (7), uma homenagem póstuma à jornalista Wanda Chase, que faleceu na última quinta-feira (3), aos 74 anos. Familiares, amigos e colegas lotaram o plenário em Salvador para celebrar a vida de uma mulher que, nascida em Manaus, fez da Bahia sua casa e sua paixão por mais de três décadas. O evento, marcado por lágrimas e aplausos, entregou à família o título de Cidadã Baiana, uma honraria que Wanda estava prestes a receber em vida, mas que a saúde frágil, agravada por um aneurisma da aorta, adiou.

Wanda Chase era mais que uma jornalista; era uma voz potente que ecoava a cultura baiana e a luta do movimento negro. Com 47 anos de carreira, ela passou por veículos como TV Bahia, onde brilhou por 27 anos, TV Aratu, TVE e o portal iBahia, acumulando mais de 45 prêmios. Sua irmã, Thelma Chase, recebeu o título em nome da família e não conteve a emoção ao lembrar da paixão de Wanda pelo estado: “Ela amava a Bahia como se tivesse nascido aqui. Esse título era um sonho dela.” A deputada Fátima Nunes (PT), autora da proposta, destacou o legado da comunicadora: “Wanda era a alma da nossa baianidade, uma mulher que contava nossas histórias com amor e verdade.”

A cerimônia trouxe à tona memórias de uma profissional incansável. Mesmo aposentada, Wanda seguia ativa, escrevendo colunas, produzindo o podcast “Bastidores com Wanda Chase” e preparando um livro sobre a Axé Music, um presente que ela queria deixar para o público. Amigos como o apresentador Casemiro Neto relembraram os carnavais que dividiram juntos, com Wanda narrando os blocos afros e os bastidores com um brilho único nos olhos. “Ela me ensinou a olhar para a cultura com respeito e profundidade. Era uma mestra”, disse ele, com a voz embargada. O governador Jerônimo Rodrigues, presente no evento, reforçou: “Wanda foi um presente para a Bahia, e hoje a gente devolve um pouco desse carinho.”

O som dos tambores de grupos afros, que ela tanto defendeu, ecoou no adeus durante o velório no Cemitério Campo Santo, na sexta-feira (4), e parecia ainda ressoar na Alba. A homenagem não foi só um reconhecimento formal; foi um abraço coletivo de uma Bahia que Wanda ajudou a construir com suas palavras e sua luta. “Ela abriu portas para tantos de nós”, disse o jornalista Zé Raimundo, um dos muitos que ela inspirou.

Tags

Notícias Relacionadas