Piloto de barco que naufragou na Bahia cita ameaças e dá versão sobre tragédia
Emocionado, o homem comentou que não pôde nem se despedir dos familiares que perdeu no naufrágio
Foto: Reprodução/TV Bahia
O piloto do barco que naufragou e deixou oito pessoas mortas no início da semana em Madre de Deus alegou que está recebendo ameaças de morte, e ainda falou que a embarcação foi invadida por passageiros.
Segundo o navegador, ele estava aproveitando o tempo com a família durante o domingo e tinha atracado na Ilha de Maria Guarda para buscar a filha, e foi neste momento que o saveiro apelidado de “Gostosão FF” foi invadido por passageiros desconhecidos.
Em entrevista, o navegador, conhecido como Fábio Freitas, contou: “Pedi para saírem, porque o barco não era para transporte, mas eles não saíram, se sentaram e eu não tinha como tirar eles do barco”. Fábio ainda contou que a única alternativa dele era tirar o barco do píer.
Fábio descartou ainda a teoria de que após esses passageiros entrarem no barco, uma briga acerca do pagamento das passagens teria causado o naufrágio. O navegador também negou que haviam 20 pessoas no barco, embora não soubesse dizer quantas pessoas estavam a bordo no momento.
“Aconteceu uma briga entre eles, que eu não sei informar o motivo. Pedi para eles, que pelo amor de Deus, parassem com a briga, porque tinham crianças e eu falava para eles pensassem nos filhos deles”, explicou Fábio, que também contou que durante a briga, muitos passageiros foram para um lado só e o barco não aguentou. A versão apresentada pelo marinheiro foi corroborada pela esposa dele, Sandra, que estava no barco durante o acidente.
Segundo o casal, eles tiveram que sair da casa em que moram em Madre de Deus por causa de ameaças de morte. Sandra conta que um dos homens que participou da briga teria ameaçado Fábio ainda no píer, mas “Só que ele [o piloto] também perdeu a filha e o neto dele”.
Fábio ainda lamenta não poder retornar à cidade de Madre de Deus para acompanhar o sepultamento da filha e do neto, pois ainda está recebendo ameaças de morte na cidade: “Não pude ir me despedir dela porque estou sendo ameaçado lá”.